domingo, 30 de maio de 2010

Até logo*


Existe mais uma estrela a brilhar no céu. E um anjo para me abraçar quando me sentir sem forças.

Amo-te Avó Linda. Obrigado por teres existido na minha vida. Até logo.


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Afinal estão duas novas estrelas no céu. Um beijinho tio Jaime. Fico feliz por te terem encontrado e mostrado qual era o caminho a seguir. Já andava perdido há demasiado tempo. Também gosto muito de si.*


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Avó.



Todos chegamos. Com alegria, com felicidade e com festa. E todos partimos. Uns mais cedo, outros mais tarde. Todos partimos. E a despedida não é fácil. Mesmo quando é tão tardia.

Todos o esperamos há muito tempo. Com tristeza, com angústia e com dor. Porque te queremos aqui. Porque te queremos connosco e se possível para sempre. A sorrir, a rir, a brincar. Com essa tua alegria, com essa tua boa disposição, com esse teu riso que só tu tens, com essa tua voz que nós bem conhecemos. Com essa energia que é só tua, essa luz que só a ti pertence e que agora quer deixar esse corpo que é só teu.

Todos o esperamos. Mas nenhum de nós continua preparado para esse momento.

Ainda não partiste e já tenho saudades de ti. Desses teus belos olhos de uma cor que se mistura com cores indistintas e tão belas. Um verde que não é verde, um azul que também o é, um cinzento que desconheço. Saudades de acariciar a tua pele gasta pelo tempo e que tão bela te tornou. Como gosto das marcas do tempo que ganhaste. Das horas que gastavas a cantar. Das histórias que conhecias, dos momentos que te marcaram, das tuas lágrimas ao relembrar essa memória que te pertencia só à tua pessoa.

Gosto de ti desde que me conheço porque existes desde sempre na minha vida. Não sei o que é não fazeres parte do meu mundo porque estás nele desde o início da minha memória. Não sei o que é não te ter, não te saber por perto, não poder ver o teu sorriso sempre que me apetecer. Não sei o que é não ouvir a tua voz, não ouvir o teu riso, não ouvir o teu ralhar e resmungar.

Agora já nem sei a quem vou eu dizer coisas tontas, a quem vou eu pedir um abraço com os dois braços. Com quem vou eu brincar a dizer para te portares bem. Para não saíres até muito tarde sabendo que nem da cadeira quase te conseguias levantar. A quem vou dizer "Gosto muito de ti"? e quem me vai responder "Também gosto muito de ti. E de vocês todos."...

Bem sei que é um até logo. Bem sei que o logo chega um dia, ou noite e o tempo vai passar mais depressa do que parece. Hoje é o presente e o futuro chega amanhã. Mas no entretanto vou ter que te dizer adeus. E a saudade vai instalar-se até te poder dar um novo beijo seja em que forma existirmos nesse momento.

Amo-te avó. Fica enquanto conseguires e quando fores, volta sempre que quiseres.

sábado, 15 de maio de 2010

Solitária

Aqui estou. No mundo perdida em mim. Sozinha e desencontrada de tudo e de todos.

Entro nos bares à procura de gente e encosto-me à espera que venham ao meu encontro. Falamos de tudo e de nada e do mundo e da vida. Entro sozinha e saio sozinha. Como um fantasma existi e desapareço. Vou quando quero e volto quando me apetece.

Sinto-me só, mas sinto-me bem. Sinto-me como espectadora de mim mesma, desfasada do mundo, uma perfeita extraterrestre em terras de ninguém. Existo e ali estou. Mas não sou eu. Não me conhecem e eu não faço o esforço. Simplesmente rio-me de tudo e de todos, observo e sinto-me sempre do lado de fora.

Pela primeira vez estou completamente só no mundo.

Tento absorver e aprender tudo aquilo que é novo. Cada gesto, cada olhar, cada sorriso. O pegar do copo vazio e o trocar pelo copo cheio. O meter conversa aleatoriamente e sentir isso como normal...

Mas um dia eu volto. O lar é o nosso espaço, o nosso mundo, a nossa motivação. O nosso mundo. Não sei se quero demorar demasiado tempo até me decidir a fazê-lo porque não sei com o que é que conto quando chegar nem quem vai lá estar para me receber.
Portanto desejo é que o caminho tenha valido a pena.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Não tenho esse direito

Não tenho esse direito. De que querer, de te desejar, de te ter para mim. Não tenho esse direito. E no entanto posso. Porque sem te aperceberes tu deixas. Sem te aperceberes tu ficas. Sem te aperceberes continuas a ser meu. E eu não tenho esse direito.

Quero-te feliz. E dói porque nós somos felizes quando estamos juntos. Nós somos felizes quando vivemos o agora. Somos felizes quando caímos nos braços um do outro e deixamos o mundo do lado de fora.
Mas somos infelizes quando pensamos o futuro. Somos infelizes quando vivemos um pouco mais à frente. Somos infelizes quando voltamos ao mundo lá fora e tentamos viver as nossas vidas.

Tudo isto me dói. Esta dualidade de te querer e não te poder ter. És uma peça do meu puzzle e não te posso encaixar nele. Porque não tens a mesma cor. Embora encaixes tão perfeitamente.

Se te amo, tenho que te deixar partir. E não consigo. Porque odeio imaginar-te nos braços dela, nos beijos dela, na cama dela. Odeio que ela te goste como eu te gosto. Que ela te queira como eu te quero. Que ela te tenha como eu te tive. E não a consigo odiar porque ela não tem a culpa. A culpa é minha porque te perdi. E não posso destruir o teu futuro com ela. Pois já destruí o meu contigo.

Mas não me sinto pronta para te deixar partir. Não sei como o fazer sem nos fazer sofrer.

Eu quero-te mesmo feliz. E a tua nova felicidade talvez seja com ela. Mas o meu egoísmo grita-me aos ouvidos dizendo que não te quero feliz sem mim. E eu tenho de aprender a não lhe prestar atenção.

domingo, 9 de maio de 2010

Medo do escuro


Eu não tenho medo do escuro, tenho medo de ti. De te amar demais, de te querer demais e de depois te magoar.

Não somos feitos um para o outro mas não sabemos viver um sem o outro.

Eu volto, tu voltas, eu parto, tu partes. Mas voltamos, e ficamos e amamos cada momento apenas para partir depois.

Tudo me deixa de pé atrás, mas o pouco que há é tão forte que equilibra as contas no final. Posso dormir com quem quer que seja, que ninguém me faz melhor companhia que tu. Provavelmente porque tu me amas e os outros não. Ou simplesmente porque és tu que quero quando durmo com outros. Por isso prefiro não dormir de todo com ninguém.

As coisas hão de mudar um dia, mas não sei porquê, sinto sempre que não. Algo me diz que não foi o último, algo me diz que haverá mais um pouco mais tarde. Algo me diz que és meu e eu sou tua. E não sei como o contornar porque sei que não o quero contornar.

De qualquer forma não estamos. E continuo a ter medo de ti. Porque quando a noite cai fica escuro e tu não existes no meu colchão para me abraçar. E se existisses não saberia o que fazer contigo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Círculo completo

Vivemos em círculo. Sempre a passar do ponto mais alto para o ponto mais baixo, atravessando o ponto mais perto e o ponto mais longe. Somos donos da nossa alma, donos do nosso caminho, mas o fim já o sabemos desde o princípio.

Em tudo somos um círculo. No trabalho, no dinheiro, no amor. No amor... Mais cedo ou mais tarde voltamos ao mesmo, mesmo quando as coisas não são as mesmas. O verdadeiro sentido vai ser o mesmo. Cometemos os mesmo erros também. E podemos tentar evitar mas acredito que se precisarmos de o cometer vamos cometê-lo na mesma. Podemos adiar a sentença mas ela é sempre lida. E a verdade do círculo é que é mais fácil estar lá em baixo. É preciso menos equilíbrio e força. Mas quando se chega lá acima sentimo-nos felizes por lá termos chegado e vale a pena manter o equílibrio para lá ficar.

Hoje sinto-me feliz. Fechei um círculo e sinto-me confortável na minha pele. Ainda duvido se o quero recomeçar, porque quero mas não quero. Quero por uns motivos mas não o quero por outro. Precisava apenas de o completar e sentir-me confortável em revivê-lo. Já me sinto confortável.

Continuo a querer limar arestas porque sou perfecionista, mas já o consigo percorrer com alguma fluidez e paz de espírito. É interessante quando nos damos conta de que afinal aquilo que pensávamos ter perdido para sempre, volta às nossas mãos da forma mais improvável no momento mais certo.

Já não ponho tanto em causa as decisões que tomei. Já não me magoam tanto tê-las tomado. Já me sinto confortável na minha pele, embora ainda não queira deixá-la cair. Quero mantê-la, saboreá-la e quando tiver a certeza deixá-la cair.

Sinto-me finalmente no fim do círculo. Porque voltei ao início do mesmo. E a continuação não irá ser a mesma. Mas ao menos cheguei ao fim.

-.-

"Vamos manter as coisas até não as podermos manter mais. E só depois é que as largamos."

sábado, 1 de maio de 2010

Façam-se à luta!

Hoje a conversa é outra. Vou deixar a minha faceta poético de lado, para deixar vir ao de cima o meu lado, como hei-de chamar, vivido vá! (não que o outro não seja vivido, mas é vivido a um nível menos mundano).

Depois de uma boa conversa de café com companhias super agradáveis, sinto necessidade de me expressar ao sexo masculino em geral. Aos que são gays, meus amores perdoem-me mas deixo-vos de lado, principalmente porque não estão incluídos nesta minha dissertação. Apenas vos tenho a dizer algo que nunca vos disse que é: vocês irritam-me. Porque normalmente vocês são giríssimos, boas pessoas, inteligentes e nós não vos podemos ter como opção!

Porque sim: ou se é giro e gay, ou giro e ocupado ou giro e convencido, enfim! Já consegui perceber que o homem giro perfeito não há!

Portanto, aos homens/rapazes em geral, a minha mensagem é a seguinte: vocês têm de saber fazer as coisas. A verdade é que hoje em dia não sabem!

A vida não está fácil. A qualquer nível. E sim, para encontrarem alguém decente a tarefa começa a tornar-se complicada, pois apesar de ser rapariga, bem vejo que existe por aí muita "coisa" que envergonha o nosso estatuto de sexo feminino. Contra a minha "raça" falo. Mas é a mais pura das verdades.

Mas, tudo se consegue! Com esforço, dedicação e (principalmente!) inteligência.

Existem dois tipos de raparigas/mulheres por aí a quem vocês podem tentar "atacar": as necessitadas e fáceis, e as necessitadas e inteligentes. Ora, o vosso discurso para cada um destes tipos tem, obrigatoriamente de ser diferente.

Considerando-me (e sabendo-me) como uma rapariga minimamente inteligente, confesso que me sinto cansada de conversas de "xácha". Alguns até me conseguem despertar algum interesse momentâneo, mas infelizmente é sol de pouca dura. E isso irrita-me porque normalmente até são pessoas bem interessantes. Só que fazem as coisas mal!

Aprendam a ser inteligentes. E aprendam a dividir o joio do trigo, porque se não o fizerem vão continuar a colher os frutos podres quando com alguma paciência e trabalho seriam capazes de comer fruta madura.

Por isso aprendam comigo que eu não duro sempre: a conversa de engate funciona. Quando é bem feita. Façam-se à luta!



Algumas coisas a evitar:
- nomes como fofinha, querida (ui!), giraça (só porque já andam muitos a usar essa palavra...), lindona, etc
- oferecer dormida ou oferecer-se para dormir quando ainda não há confiança para esse tipo de conversa (mesmo que seja na brincadeira do "a ver se pega")
- dar elogios tirados das séries de televisão (principalmente se não vierem da Anatomia de Grey)
- serem convencidos
- perguntarem se vos achamos giros, ou o que achamos de vocês. Se não vos dissermos por vontade própria, não o perguntem, porque soa mal!
- dizer frases feitas ou demasiado lamechas
- concordarem com tudo o que dizemos, porque nós gostamos que no fim concordem connosco, mas não nos interessa alguém que não nos dê o mínimo de luta.
- não ligarem no dia a seguir.
- não nos pagarem o café (sim, pode parecer feminista mas a verdade é que nos cai muito bem).


Coisas que resultam:
- Arranjar uma frase ou um nome diferente para dizer de vez em quando. Qualquer coisa que diferencie. Como por exemplo: "Bom dia sol" ou algo do género. Pode ser bimbo mas se for dito da forma correcta, com naturalidade e numa altura conveniente pega.
- Não ser demasiado chato, irritante, peganhoso. Tudo tem a sua conta e medida.
- Fazer coisas espontâneas. Exemplo: apanhar um malmequer num descampado e entregar quando vêm ter connosco. Pode ser uma coisa tola, pode a flor estar murcha, nós vamos achar piada à gracinha.
- Ter conversa inteligente. Vocês têm que nos dar luta. Têm que saber fazer jogos de palavras, apanhar-nos em falso com uma boa resposta, saber falar de cultura, política, espíritos, mas sempre com um ponto de vista pessoal e de uma forma natural.
- Arranjarem-se. Podem não ser o gajo mais giro à face da terra. Não é preciso. Precisam apenas de ter um charme, terem cuidado com o que vestem, gostarem de estar bem para mostrarem que estão bem, com confiança.


As mulheres são mesmo muito complicadas. Mesmo muito. E em certas ocasiões se calhar o melhor é ocultar e noutras o melhor é ser sincero na mesma situação. Não há uma regra. Vocês têm que aprender a ser inteligentes e ter sensibilidade para perceber quando se faz o quê. É uma questão de fazer um esforço para perceber cada uma de nós em cada um dos nossos momentos. É uma tarefa exigente, mas nada que não consigam levar a cabo!


No fundo a ideia principal é esta: Façam-se à luta e lutem bem!