quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ninguém

Gostava de ter de tudo para saborear o nada. Saber o que é a manhã e aproveitar o nascer do sol com os olhos abertos e o espírito em liberdade.

Gostava de ser artista, de ser alma, de ser paixão. Pura, sem medos, sempre à deriva na descoberta de ser o mundo. E depois espernear, esticar os braços e tocar o infinito.

Gostava de ser pássaro, ser borboleta, ser efémera e ser eterna. Porque a imagem é sempre a mesma e a forma no entanto muda de cada vez. As asas são outras, as cores são outras e a visão que se tem do mundo também.

Gostava de saber para onde. Gostava de saber para quê. Gostava de saber como. Gostava de simplesmente ser. Eu. O outro. Ou no fundo não ser ninguém.

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