quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Oh, o desespero do não ter um emprego!

Oh, a mesma frustração de sempre.

A de quem luta e desespera porque não alcança. Sou uma resignada da vida, frustrada com o dia-a-dia de impassividade e falta de mudança.

Há três anos que luto por uma carreira, uma mudança de vida, um começo de algo que é o meu futuro. Algo que me permita pensar em família e uma espaço ligeiramente maior do que o quadrado em que vivo numa cidade que nem é a minha.

Começo a desesperar por ver que sou parte de uma geração sem futuro, de uma geração que com muito mais esforço não chega a lado nenhum. Farta de perceber que a alarvidade e ganância dos outros me destruiu os sonhos e a esperança de uma vida feita de certezas.

Estou farta de vender pipocas e bilhetes a quem reclama de preços caros no cinema, mas aparece semana atrás semana, mostrando com clareza que seja qual for o seu status social, o dinheiro ao fim do mês chega para esse pequeno devaneio e provavelmente muito mais. Farta que essa gente me olhe com desdém não sabendo que por detrás deste sorriso forçado se encontra uma estudante de mestrado leccionado numa das línguas que não lhe pertence. Esta burra que vende pipocas, fala 4 línguas a nível fluente, viveu e adaptou-se a 4 países diferentes, trabalhou para Walt Disney, Cirque du Soleil e nos Jogos Olímpicos e nada disto lhe serve para absolutamente mais nada do que criar inveja (não desejada) em amigos de longa data.

Eu não estou à procura de ficar sentada numa cadeira a carregar no botão que imprime bilhetes e me diz o troco que devo entregar de volta ao snob que se encontra à minha frente. Nem estou a pedir por um emprego que me pague um montante que de tão ridículo nem me permita perceber como e onde gastar tanto dinheiro num só mês.

Só estou a pedir um trabalho justo para com a minha inteligência (há anos lançada ao desperdício) e para com a minha dedicação em tudo o que faço. Tenho fama de fazer demasiado, de me dedicar demasiado, de ser demasiado simpática e tudo isto serem defeitos. Mas chego ao final do mês e o que ganho nem me chega para comprar alimento.

Começo a desesperar...