O amor nunca vai passar. O amor está cá e existe, guardado no cantinho em que terá de ficar, mas existe e está aqui. E há dias em que a corrente de ar abre a porta e traz as memórias, traz a magia que já não tem e a tristeza bate.
Por momentos pergunto-me e a resposta é simples: porque sei que tenho saudades de amar. Tão linear quanto isso. Mas ao mesmo tempo também o sei que tenho saudades de te amar a ti.
O que fomos nunca mais vai renascer. As cicatrizes deixaram marcas profundas e o entretanto não abre horizontes a ninguém. Cada um renasceu das suas cinzas, e tu estás mais forte do que nunca, enquanto eu te admiro e fico genuinamente feliz que assim o seja. Mas eu ainda volto a cinza, para depois tentar renascer, e logo volto a ser cinzas e renasço novamente. Ainda sou a inconstância que sempre fui. Evoluo e sou-o com menos frequência mas ainda o sou. Porque eu ainda não encontrei quem me ame como tu me amaste enquanto tu encontraste alguém que te ama ainda mais do que eu te amei.
Por isso perdoa-me este momento de fraqueza. E perdoa-me porque há-de voltar a acontecer. Mas não te preocupes. Eu estou feliz. Por mim e por ti. Em proporções idênticas. E a minha única intenção é manter o futuro como o presente tem sido.