sábado, 18 de setembro de 2010

Baralhada

Como é que se esconde aquilo que se sente por alguém que não se conhece? Seja bom ou mau, como é que se faz?

Sinto-me baralhada. Não sei se confundo a necessidade de querer com o querer de facto.

Sei de uma coisa. Sei que sinto interesse em conhecer algo que não conheço, saber porque esconde o sorriso por detrás da frustração e espécie de raiva que o ilumina. Porque a maioria das vezes a expressão é cerrada, mas quando aparece o sorriso é tão sincero.

Sinto-me baralhada. Porque sinto interesse de onde senti interesse da primeira vez e agora não sei se o sinto ainda.

Sei de uma coisa. Sei que o meu interesse é outro. E custa-me porque o primeiro interesse era muito meu. A pessoa era muito a minha. Mas agora não o é. Talvez por não gostar do óbvio. É simples, e talvez demasiado simples para mim. Enquanto que o segundo interesse é de facto interessante.

Gosto do obscuro. Gosto da cura. Gosto do não saber, da dúvida, do desinteresse que não sei se é interessado e na maioria das vezes me parece não o ser. Gosto da brincadeira. Da luta.

Mas não gosto de estar baralhada.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aparece!

Procuro-te. Procuro-te porque te preciso. De ti e de tudo aquilo a que tenho direito. Não sei se vens no tapete voador, no cavalo branco ou simplesmente a pé, mas seja como for, vem.

Sinto-me cansada de ser sozinha comigo mesma. Preciso de alguém a quem confiar os medos, as inseguranças, as alegrias, as vontades.

De momento sinto-me demasiado confinada a mim só. O que não é péssimo! Até agora era exactamente o que queria. Ser apenas eu comigo mesma. Sem ninguém a quem dar satisfações, ninguém a quem as pedir. Era bom... Era. Porque agora começa a tornar-se aborrecido.

Por muito que lutemos contra isso, a verdade é que precisamos de alguém. Sabe bem demais deixar o corpo ir, a alma seguir, o espírito voar agarrado a outro espírito. As borboletas no estômago e o bater do coração. O estar ali e apreciar o estar ali. Só os dois. Naquele momento de nada, vazio. A dois.

Ah! Fazes-me falta já. Por isso chega. E chega depressa. Estou farta de estar à tua espera.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vazio social

*não é minha. (all rights reserved to kitaanat)


Não sei se será da idade ou das pessoas que aqui vivem. Mas desta vez, pela primeira vez no sempre da minha existência, sinto dificuldade em encontrar alguém a quem chamar amigo. Preciso de mais.


Não quero ser injusta! Gosto das pessoas com quem mais convivo de momento. Mas não são as pessoas que preciso por agora.


A culpa deve ser minha por não ter lugar fixo de poiso constante. Não tenho uma rotina que me permita conhecer gente da minha idade num lugar fixo a uma mesma hora. Mas o problema também me parece ser do local onde estou. Não encontro um sítio onde possa conhecer pessoas da minha idade que não tenham como objectivo casar e ter filhos ou que não os tenham já.


As pessoas que me parecem interessar são de longe. À minha volta ou é tudo mais velho ou tudo mais novo ou é tudo com filhos. Não é culpa de ninguém! Como sempre na minha vida social, quando me sinto só, não é culpa de ninguém, mas sim das circunstâncias. Pensando bem, é capaz de ser culpa minha, escolho sempre as alturas erradas para me sentir só. Mas bom, visto de outro prisma, sinto-me só porque ninguém está disponível para mim. É pena que essa indisponibilidade calhe sempre quando eu preciso.


E enfim, aqui até tenho uma espécie de grupos de amigas. Mas aos 25 anos não me apetece ter apenas um grupo de amigas com idades compreendidas entre os 35 e os 45 com marido e filhas. Gosto das pessoas em questão, mas preciso de algo mais adequado a mim. Preciso de mais... Esta paragem no tempo, este vazio social está a fazer-me mal. À mente e ao ego.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Incerto


Apareceste quando não procurava e atingiste-me onde precisava.

Fizeste-me bem. E tenho que te pôr um ponto final. Ou um parágrafo ainda sem continuação, sei lá eu... A dúvida continua a mesma, pois não sei no que te transformar.

No fundo quero-te presente mas hei-de sentir a tua ausência até aquele minuto que não sei onde se perde no tempo...

O futuro é pouco incerto em tudo o resto mas em relação a ti é uma incerteza profunda. E não me magoa a distância de momento. Sim, fazes-me falta mas não me dóis. Apenas não sei em que plano te colocar, em que posição te disponho, enfim, não sei de todo o que fazer contigo!...

Não preciso de fazer nada, tens razão. Mas o pairares ali no ar incomoda-me porque eu estou em ponto de arrumações! E também não quero que desapareças! Deixa-te estar onde estás porque incomodando ou não já não sei se me incomoda mais que fiques ou que partas.

De mal o menos acomoda-te aí. Quero é que chegue o depois para poder ver o que é que ele é e o que é que ele me traz de bom. Até porque o bom até pode ser algo que me magoe. Nem sempre aquilo que é bom para nós nos faz bem. Às vezes faz mal e é de facto o melhor. Logo se vê.