P.S. - Peço perdão a quem se sentir ofendido com a imagem. Mas é mesmo isto.
Aquela escuridão momentânea de quem perder o controlo do corpo e do bater do coração. Como me deixo envolver neste sentimento obscuro e intenso, tão pouco neutro e tão fortemente influente?
Em vez de calar a alma só me atiro para um discurso incoerente do qual saio do lado errado do campo de batalha. Nestes dias acabo por me odiar a mim mesma, acabo por perder a noção do meu caminho, acabo por ser levada por uma estrada que insisto em não percorrer.
Eu sou do lado dos brancos. Mas sou peão. Sempre peão. Comandado à sua sorte, na esperança de abrir caminho para deixar passar o rei. Quantas vezes este peão se deixou comer sem manobra de defesa? Quantas vezes sai derrotado no campo de batalha sem ter forma de se defender? É carne para canhão e nunca se lhe reconhece o espírito de sacrifício.
Eu sou do lado dos bons, mas sou do lado dos mal entendidos. Dos mal amados. Dos atacados pelas costas.
Às vezes pergunto-me se misturo as línguas que falo e talvez seja por isso que não me entendem. Ou pergunto-me se falo numa linguagem ou tão retrógrada ou tão avant-garde que se torna demasiado complicada de se entender. Mas acho que a resposta é apenas uma: tu é que não tens capacidade mental para me compreender. Ai desculpe. Tu não. Você. Porque sim, você não é minha amiga. E se Deus existe, pelo menos nisso ele acertou.
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